Depois de duas filhas, com uma segunda gestação complicada, eu tive certeza. Não me restava dúvidas de que 2 herdeiras era o suficiente para mim. Tentei fazer laqueadura no parto da minha segunda filha, a Mariáh. Porém, fui mal orientada no posto de saúde. Mas enfim, após 10 meses da minha segunda cesária eu consegui fazer a laqueadura tubária pelo SUS.
O que é a laqueadura tubária?
A laqueadura tubária é uma cirurgia que impede a gravidez. As tubas uterinas podem ser cortadas ou amarradas.
Em 2023 começaram a valer novas regras para fazer laqueadura no Brasil. Agora a esterilização voluntária pode ser feita a partir dos 21 anos de idade ou ter no mínimo 2 filhos vivos. Além disso, não é mais necessário a autorização do cônjuge. É o que orienta o Ministério da Saúde.
Se a laqueadura for feita junto com a cesariana, é necessário manifestar a vontade com 60 dias de antecedência.
Como fazer laqueadura tubária pelo SUS?
Quando eu ainda estava grávida da Mariáh meu marido disse que faria vasectomia. Mas depois do parto ele desistiu. Então, eu marquei uma consulta com o médico da família. O primeiro passo é ir até o posto de saúde e marcar esta consulta.
No dia da consulta eu informei a minha vontade de fazer laqueadura tubária. Neste momento o profissional me orientou e tirou todas as dúvidas. É necessário assinar um termo de responsabilidade. Neste documento, tem todas as informações sobre o procedimento. Mas mesmo após a assinatura, se houver desistência é só comunicar.
Depois de assinar o termo, eu recebi vários pedidos de exames.
Os exames necessários para fazer laqueadura tubária
Os exames solicitados foram: hemograma completo, preventivo, raio x do tórax, eletrocardiograma e risco cirúrgico. Mas além dos exames, eu tive consultas com o médico que iria fazer a cirurgia também. Afinal, ele precisava avaliar os exames e conferir o risco cirúrgico.
Na última consulta, o médico observou que os exames estavam ótimos. Então, ele pediu que eu aguardasse. Pois eu iria receber um telefonema do hospital marcando a data da cirurgia. Ele também me disse que eu iria operar em um dia e sair no outro. Bom, eu aguardei super tranquila. Ele disse que queria fazer todas as laqueaduras em Junho, mas quando chegou mais da metade do mês eu nem esperava que iria receber uma ligação do hospital. No entanto, no dia 20 de Junho eu recebi a mensagem de que minha cirurgia ia ser no dia 26 de Junho. Foi ai que a ficha caiu.
Eu já havia passado por duas cesárias, eu sabia como a cirurgia ia ser. Mas naquele momento, não pude conter a ansiedade. Eu fiquei muito nervosa. Porque comecei a lembrar dos meus procedimentos anteriores. Ter que colocar soro, a anestesia, o pós operatório… Eu fui inundada por muita insegurança. E para completar tinha a preocupação com as meninas. A minha irmã que iria cuidar delas, mas ela não tinha nenhuma experiência. O medo das meninas sentirem minha falta. A Mariáh que ainda mama no peito…
A ansiedade tomou conta de mim
Eu fiquei com tanta ansiedade e nervosismo, que perdi o sono e a fome. Eu percebi que não podia ficar daquele jeito. Então recorri ao único que podia me ajudar a acalmar. O meu AMADO, JESUS CRISTO.
Eu orei para Deus me revestir com sua paz. Era tudo o que eu queria. Mas eu fiz algo diferente. Eu havia visto uma pregação da Camila Barros, ela falava sobre o poder dos louvores. Então, ao orar, eu também louvei. Mas eu não louvei músicas conhecidas. Eu louvei o que estava no meu coração. As lágrimas rolavam, já era noite, e eu louvava bem baixinho para não acordar ninguém.
Eu só queria que tudo passasse rápido e eu pudesse voltar para casa, pros braços dos meus amores. Os dias foram se passando e eu ficava mais aflita. O que me acalmava era orar e brincar com as meninas.
Mas eu continuava orando, eu pedi para Deus ficar comigo o tempo todo. Que eu sentisse sua presença e que sua paz me tirasse toda a preocupação.
Dia 25 de Junho chegou e eu fui para o hospital para internar ás 20 horas. Eu mal havia saído de casa e já estava morrendo de saudades das minhas filhas. Antes de sair eu orei junto com minha família, como sempre fazemos. Chegando no hospital eu desci do carro tranquila, por incrível que pareça.
Eu não estava sozinha
Enquanto eu aguardava para ser chamada para internação, mais duas mulheres chegaram para se internarem também. Uma senhora iria retirar todo o útero. Já a outra também iria fazer laqueadura, como eu. Pensei comigo que seria melhor elas nem puxarem assunto, porque eu iria ficar nervosa. Mas foi o contrário. A senhora super simpática conversou comigo e eu só sentia tranquilidade e paz. Eu sorri, porque eu sabia. DEUS OUVIU MINHAS PRECES!
Entrei para internar e fiquei em uma enfermaria junto com a outra moça que também faria laqueadura. Eu coloquei a roupa do hospital e logo veio a enfermeira colocar o acesso no nosso braço. Eu tenho trauma de infância, sangue me faz desmaiar. Então, na hora do exame de sangue olhei para o lado. Eu só pensava, isso vai passar. Deus me sustenta desde Sião.
Tínhamos que ficar de jejum até o dia seguinte, para a cirurgia. Mas chegamos a comer biscoitos com chá no hospital, assim que internamos.
Só consegui dar uma cochilada, porque com a circulação de enfermeiras, é fácil perder o sono. Então, aproveitei para orar, ver pregação … No dia seguinte, a enfermeira falou que o médico gostava de chegar bem cedo. Mas como tinha várias cirurgias no mesmo dia, eu fiquei esperando e esperando… E que fome…
Enquanto esperava meu seio esquerdo doía de tanto leite. Então, eu pedi para o meu marido levar a ordenhadeira até o hospital. Pois fiquei com medo de empedrar. Mas passado alguns minutos uma enfermeira chega na sala e me pergunta se sou a Simone. Ela diz que meu marido estava com minha bebê na recepção. Me informou também que ela estava chorando e perguntou para outra enfermeira se minha filha poderia entrar para mamar um pouco.
Antes de fazer a laqueadura tubária um milagre aconteceu
Nesse momento eu desabei. Chorei muito, só de pensar que Mariáh estava sentindo minha falta. Embora ela já coma comida, ela ainda mama no peito. Bom, as enfermeiras se entre olharam e uma disse para outra que deveriam pedir a liberação.
Passado alguns minutos a enfermeira responsável liberou que minha bebê viesse mamar um pouco. Nossa eu fiquei tão feliz, agradeci. Naquele momento eu dava glória a Deus. Sabia, mais do que nunca, que Jesus esta ali comigo.
Minha irmã entrou com a Mariáh e eu consegui amamentá-la. Mas fiquei com a ordenhadeira, porque sabia que minha filha não iria poder voltar. Voltei para a enfermaria mais animada e tranquila.
Mas DEUS, da sempre mais do que pedimos sabia? DEUS é abundante!
Passou poucos minutos a enfermeira chefe entrou no quarto e me falou que iriam me transferir para ala da maternidade. Pois assim minha filha poderia ficar comigo e minha irmã seria minha acompanhante. Foi ordem do medico. EU FIQUEI SEM PALAVRAS…
Nesse momento eu pensei, DEUS obrigada, o SENHOR é perfeito. Mas até aí, eu imaginava que iria para enfermaria da maternidade comum. Só que de repente a enfermeira me abre a posta do quarto particular. FIQUEI EM CHOQUE!
DEUS ME COLOCOU NO MELHOR QUARTO, COM MINHA FILHA E ACOMPANHANTE! VOCÊ TEM NOÇÃO DISSO?
Não, eu não tenho parente no hospital. Não conhecia ninguém dessa equipe. A única enfermeira que eu reconheci foi a que eu banho da Mariáh quando ela nasceu. Mas eu só tive contato com ela depois que fui para ala da maternidade.
ISSO é o que acontece quando você se derrama aos pés de DEUS.
E para não restar dúvidas, uma enfermeira veio até o quarto e disse: “Você sabe que isso foi um milagre né? Eles não fazem isso por ninguém.”
Eu agradeci, eu louvei… Porque o meu AMADO não se esqueceu de mim. Eu que sou tão pecadora. Mas meu Deus me ouviu.
Eu senti tanto, mas tanto Deus. Que eu sentia com todo o meu ser que eu precisava contar isso para as outras pessoas. Eu estava tão anestesiada com a grandeza do que DEUS estava fazendo que toda minha ansiedade sumiu. Nesse momento já se passavam das 10 horas da manhã. E sim, ainda de jejum… Se não me engano eu devo ter operado entre 11 e 12 horas.
A enfermeira trouxe a maca e me levou para o centro cirúrgico. Eu estava muito tranquila. Mas mesmo assim, pedi para uma enfermeira conversar comigo. Ela foi tão simpática, na verdade todo mundo foi incrível. O anestesista foi um amorzinho. A enfermeira segurou minha mão na hora da aplicação da anestesia.
Mas a anestesia não pegou. O médico estava começando, mas eu sinalizei que ainda sentia. Tanto é que consegui levantar o pé. Então, o anestesista teve que aplicar novamente. Se uma já é doída, imagine duas. Mas nem isso me tirou a minha paz. Porque onde DEUS habita, só tem BENÇÃO.
A laqueadura tubária foi feita
A cirurgia foi tranquila, graças a Deus e bem rápida. Tanto é que nem precisei colocar sonda.
Me levaram para o quarto eu fiquei com minha baby. Graças a Deus cheia de gratidão, porque já tinha passado uma parte. Mas o banho pós cirurgia, não é muito agradável. Pelo menos era o que lembrava das cesárias. Pois nas cesárias me colocaram para tomar banho ainda meio anestesiada e super tonta, Mas dessa vez foi diferente.
Tive que continuar de jejum até de noite, mais ou menos umas 19 horas. Foi nesse horário que eu pude jantar e tomar banho. Eu só sentia um pouco de dormência no pé. Mas graças a DEUS, eu não estava tonta e consegui tomar banho sozinha. Após o banho a enfermeira me ajudou a passar álcool na cirurgia.
Cochilei um pouco, mas nada de dormir. No outro dia eu tomei o café da manhã no hospital, mas tive alta antes do almoço. Vim direto para casa da minha mãe, porque aqui tenho rede de apoio. Retirei os pontos dia 11 de Julho. Mas os cuidados precisam continuar.
Assistam também o vídeo. Porque contei mais detalhes da cirurgia e da minha experiência com DEUS.
Como é a recuperação após a cirurgia?
Após a laqueadura tubária, já em casa, é importante manter repouso absoluto. Mas além disso, é fundamental tomar corretamente toda a medicação que o médico receitou. Para não perder os horários, eu anotei tudo no alarme do celular. Outro ponto, é sempre lavar muito bem com sabão e depois passar álcool. Porque ao seguir isso, a cicatrização vai ser melhor. Consequentemente a recuperação.
Esse é um período que você vai precisar de ajuda. Se cerque da sua rede de apoio.
